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Hoje a luz se acendeu para ele

Não como no palco, nem como no set. Mas ali, na sala. No canto onde os objetos não apenas decoram, mas contam. No lugar onde a memória encontra forma, onde a luz não apenas ilumina, mas homenageia. Porque hoje, 16 de abril, é aniversário de Charlie Chaplin — e nada mais justo do que acender um abajur vermelho para aquele que acendeu tanto no mundo.


Chaplin não nasceu grande. Nasceu em 1889, no seio de uma Londres cinzenta, pobre e dura. Filho de artistas de vaudeville, conheceu cedo o abandono e a miséria. Mas foi justamente aí, na falta, que aprendeu a transformar o pouco em muito — e o silêncio, em poesia.


Inventou Carlitos, o vagabundo de sapatos gastos e coração imenso. Criou um personagem que falava com as mãos, com os olhos, com a lentidão cômica de quem sabia exatamente onde queria chegar. Rimos. Choramos. E, sobretudo, entendemos que a arte podia ser crítica, doce e universal.

Que podia ter chapéu-coco e bastão, mas também política, ternura e fúria.


Hoje, ele faz 136 anos. E ainda está aqui.


Na estante, no prato, no reflexo da luz.


 A luz sobre os ombros de um gênio


Ela não é apenas uma luminária. É uma escultura de resistência. Uma centelha acesa sobre a cabeça de um dos maiores artistas da história, como se dissesse: a luz da arte não vem do alto — ela nasce do chão e dos que caminham sobre ele com coragem e sensibilidade.


Chaplin está ali em vermelho. Vermelho de sangue, de urgência, de emoção à flor da pele. Vermelho de cena de teatro, de veludo antigo, de palcos gastos pelo tempo. O vermelho do artista que sangra para fazer o outro sorrir. A postura é humilde, as mãos nos bolsos, o olhar baixo — como quem nunca quis ser ídolo, só quis ser ouvido. Mas é exatamente esse gesto modesto que sustenta tudo: o abajur, a lâmpada, a luz.


Essa luz não é fria. Ela aquece, acolhe, convida. Não grita. Sussurra lembranças de um cinema que sabia dizer tudo sem dizer uma palavra. Um cinema onde a sombra era parte da poesia, e onde a luz revelava mais do que o rosto — revelava intenções, fragilidades, verdades.

A cúpula é negra, delicadamente pontilhada, como um véu de palco prestes a se abrir. É um

chapéu metafórico sobre o chapéu-coco. E ali, debaixo dela, Chaplin ilumina o espaço sem esforço — como sempre fez com o mundo.


 
 
 

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